entrevista

Carlos Costabeber avalia conjuntura econômica em meio à pandemia

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Alan Orlando (Arquivo Diário) 

Em entrevista ao programa Direto da Redação da TV Diário, que foi ao ar ontem, o empresário Carlos Costabeber, proprietário da Ford Supertauto, falou sobre o atual momento econômico. Confira a entrevista completa: 

        

Diário - Em um ano de pandemia, como o senhor avalia o atual momento econômico da cidade?

Carlos Costabeber - É uma situação completamente estranha. Jamais vivemos algo semelhante. Ainda estamos nos adaptando para encontrar alternativas. Mas, com esse ano que passamos de pandemia, já se conclui algumas coisas. O primeiro é que quem está sofrendo muito são as micro e pequenas empresas, porque as médias e grandes têm estofo, via de regra, para sobreviver. Agora, realmente, para os pequenos e microempresários é uma tristeza porque eles não têm alternativa, crédito barato, os clientes sumiram e pagam aluguel. Normalmente, não são capitalizados. Então, essa base da pirâmide está muito fragilizada. É só ver a quantidade de empresas que desistiram. Mas, por outro lado, também se observa que alguns segmentos estão tirando vantagem dessa situação. Vejo, aqui, a Agrimec, que contratou mais de 150 profissionais porque é um segmento que está voltado para o agronegócio. Tudo que está voltado para o agro está conseguindo se descolar dessa dificuldade.

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Diário - E o setor automotivo, como está hoje?

Costabeber - É a mesma coisa. O aço subiu 50% em um ano. O preço dos combustíveis, as matérias-primas, plásticos, tudo extrapolou. Fica pior ainda quando são cartéis, quando são poucos que produzem. Então, se reúnem e colocam o preço que quiser. Mas o que eu acho importante destacar, e foi o nosso caso, que nós, já no começo da pandemia, nos adaptamos à nova realidade. Fizemos os cortes que precisávamos, descemos para a linha de frente mesmo, com resultados excelentes. Eu digo para aos meus filhos: parece que a gente é uma empresa grande. Para Santa Maria, até que é. Mas em termos de universo, somos muito poucos. Então podemos baixar e ir para a linha de frente. Conseguimos reduzir muito o custo da nossa estrutura em todos os sentidos. Conheço muita gente que ficou esperando e acabou ficando pelo caminho. Quem teve a coragem, a visão de que a coisa não ia reverter facilmente, está conseguindo sobreviver.

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Diário - Os auxílios oficiais estão sendo suficientes?

Costabeber - É enxugar gelo. Para pessoas físicas, a ajuda do governo federal deu um fôlego para essas pessoas sobreviverem, mas todo o dinheiro foi para o consumo. Então, também aqueceu a demanda. Mas, para as empresas, o pequeno e o micro, não tem nem cadastro. Não tem garantia real para dar. Já está endividado em bancos. Esses são problemáticos. Sem contar que, nesses momentos, os grandes são quem conseguem arrumar artimanhas e ficar com o dinheiro quando ele é barato.

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